Não Sou Capaz (art. en Portugués)
Dr. Hugo Carrara
Em setembro de 94 Alberto, um menino de 10 anos que vivia numa província do norte da Itália e freqüentava o 5° ano da escola primária, veio fazer consulta porque, já há algum tempo, sofria de uma rinite alérgica que fazia-o espirrar mutíssimo. Alberto sofria principalmente de manhã, mas isto durava o dia inteiro.
Também durava o ano inteiro, apesar de ser mais evidente no outono. Apresentava uma rinorréia líquida e, de tarde, o nariz entupido. Mas a mãe estava especialmente preocupada com a obesidade de seu filho. De fato, estava cerca de dez kg. acima do seu peso teórico e isto era bem visível. “E já que estamos aqui, doutor, será que não podia dar-lhe alguma coisa para ele parar de roer as unhas?”
Alberto estava sentado ao lado da mãe, passivo, indiferente, gordo, flácido. Como se não existisse, deixava tudo para a mãe.
Nasceu bem, de parto normal depois de uma gravidez sem complicações. Desde o nascimento vinha tendo dificuldades para se adormentar. Quando era pequeno teve escarlatina e com 3 anos teve bronquite. Muitas vezes o pediatra receitou tratamentos com ferro, porque o via sempre fraco, sem vigor, flácido, pálido. O ano anterior teve uma salmonelose e naquele ano tinha tido varicela (catapora) de maneira bastante ligeira. O pai é são, a mãe sofre de rinite alérgica, o avô paterno sofria do morbo de Bürger mas faleceu num acidente. O avô materno faleceu de câncer. Tinha uma irmãzinha saudável de dois anos.
Como era a questão da alimentação deste menino?